A história da humanidade nos apresenta  um sem número de uniões  que marcaram época, não apenas pelas paixões desenvolvidas e até, em alguns casos,  desenfreadas, como também pelos efeitos e reflexos na própria história.
Após minuciosas pesquisas, reuni 25 histórias aqui.
Não podiam faltar também, as lendas da mitologia...

1-Sha Jan e Aryumand
2-Tristão e Isolda
3-Marco Antônio e Cleópatra
4-Sansão e Dalila
5-Otelo e Desdêmona
6-Abelardo e Heloísa
7-Helena de Tróia e Páris
8-Xá Rezha Pavlevi e Soraya
9-Grace Kelly e Príncipe Rainer III
10-D.Pedro e Inês de Castro
11-Romeu e Julieta
12-Pírano e Tisbe
13-Penélope e Ulisses
14-Betsabá e Rei Davi
15-John Nash e Alicia
16- Chopin e George Sand
17- Lampião e Maria Bonita
18-Guinevere e Lancelot
19- Cyrano e Roxane
20- John Lenon e Yoko Ono
21- Salvador Dalí e Gala
22- Jacó e Raquel
23- Eros e Psiquê
24- Orfeu e Eurídice
25-Napoleão Bonaparte e Josefina Beauharnais



Sha Jan e Aryumand e o Taj Mahal


Essa é a história mais linda,na minha opinião.Linda, porque o amor do Imperador Sha Jahan por sua esposa Arjumand,foi tão grande, que após a morte da amada, ele enclausurou-se e mandou construir o mais belo mausoléu que o mundo já viu: o esplendoroso Taj Mahal.
O Taj Mahal é poesia feita arte, um canto ao amor, uma obra sublime que só uma alma 
apaixonada seria capaz de oferecer ao mundo. Ali, justo sobre o pórtico na entrada pode ser lido alguns versos do Alcorão que descrevem o paraíso, que dá uma idéia do que vamos encontrar, e do que vamos sentir ao entrar nesse monumento. Como palavras mágicas, aquele portão de bronze mostrará um "palácio de pérolas rodeado de jardins".

 Taj Mahal será para todo o sempre um lágrima solitária no tempo

Sha Jan e Aryumand  (Aryumand Banu Begun)(Muntaz-Mahal), a história...

Sha Jahan( شاه جهان em persa) conheceu a sua amada Aryumand num bazar onde ela vendia cristais. Admirado com sua beleza não foi capaz de lhe dirigir a palavra num primeiro momento. Seu pai, o Imperador, também não aceitou esta relação. Assim foi que, depois de duas esposas e cinco anos desde aquele primeiro encontro, uniram-se em casamento. Aryumand passou a ser conhecida como Mumtaz- Mahal, "a eleita do palácio". Durante anos foram um casal apaixonado, que viviam um pelo outro; ela era sua acompanhante fiel em todas suas campanhas; ele a cobria de presentes, de detalhes, de flores, de diamantes, de carinho... de amor. Depois da morte do imperador Jehangir, Sha Jahan ocupou o trono. Dois anos mais tarde, em 1630, veio a tragédia...

Em plena campanha militar em Burhanpur, avisaram o novo imperador de que o 14º parto de sua esposa estava complicado. Sha Jahan correu desesperado ao seu encontro, justamente a tempo de segurar-lhe a mão, e dar-lhe seu último adeus. Quando o 14º filho de Shah Jahan e Aryumand estava nascendo, ela não suportou as dores do parto e morreu,aos 39 anos de idade.O imperador nunca mais voltou a ser o mesmo.
Desolação e lágrimas amargas encheram então a sua vida. Em três meses, conta  a história, a barba negra de Shah-Jahan embranqueceu. Enclausurou-se no Forte Vermelho, na orla esquerda do rio Yamuna, e ali passou, encerrado nos últimos anos de sua vida, abandonando o Império nas mãos de seus sucessores.
Em frente ao Forte, visível desde todas suas janelas, e no outro lado do rio, mandou construir o mais impressionante Mausoléu que jamais uma mente humana pudesse conceber. Os melhores construtores, os melhores operários, as melhores jóias e as melhores pedras foram usadas : o mármore fino e branco das pedreiras locais, Jade e cristal da China, Turquesa do Tibet, Lapis Lazulis do Afeganistão, Ágatas do Yemen, Safiras do Ceilão, Ametistas da Pérsia, Corais da Arábia Saudita, Quartzo dos Himalaias, Ambar do Oceano Índico. , e  tudo era pouco para o local de repouso de sua amada; inclusive, o Yamuna foi desviado para que o Taj Mahal pudesse se refletir em suas águas. E ali, depois de duas décadas de construção, foi enterrada sua amada Mumtaz- Mahal.
A pouco tempo do término da obra em 1657, Shah Jahan adoeceu gravemente, se rendeu aos ataques de seus filhos, e continuou a viver isolado no forte de Agra.
Shah Jahan passou o resto dos seus dias observando pela janela o Taj Mahal, e depois da sua morte sepultaram-o no mausoléu lado a lado com a esposa,para que repousassem sempre juntos, eternamente, gerando a única ruptura da perfeita simetria do conjunto.
As duas tumbas onde os amados repousam juntos.



Um templo de amor!

Um comprido espelho d'água no centro de um pátio reflete a imagem dos visitantes que se aproximam. Quatro torres laterais protegem a construção. Ao centro, o grande palácio de mármore branco. O Taj Mahal, uma das construções mais belas do mundo, é um palácio de estilo oriental.
Sua maior cúpula, no centro do palácio, é arredondada e tem a forma de um balão, como se alguém tivesse assoprado seu interior. Duas cúpulas pequenas ficam ao lado dessa principal. As duas pequenas lembram grandes turbantes árabes.

O enorme Taj Mahal, na cidade de Agra, na Índia, parece que vai se desprender da terra e sair voando como um tapete mágico.

O Taj Mahal é considerado pela UNESCO como Património da Humanidade. Foi recentemente anunciado como uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo Moderno





Tristão e Isolda
Tristão, um cavaleiro originário da Cornualha (é um condado que fica no sudoeste de uma península da Inglaterra). Isolda, uma princesa irlandesa.
Essa história de amor tem origem medieval, e a lenda foi contada e recontada em muitas diferentes versões ao longo dos séculos.
Tudo começou assim...
Tristão,(um dos cavaleiros da Távola Redonda)  a serviço de seu tio, o rei Marcos da Cornualha, foi cumprir uma missão. Ele teria que conduzir ao palácio, aquela que iria casar-se com seu tio. Então viajou à Irlanda para trazer a bela Isolda,conhecida como "a Loura" até o rei. Durante a viagem de volta à Inglaterra, os dois bebem uma poção de amor, acidentalmente, poção essa que estava originalmente destinada a Isolda e o rei Marcos. Devido a isso, os dois,Tristão e Isolda apaixonam-se perdidamente, e de maneira irreversível, um pelo outro.Chegando à corte, porém, Isolda casa-se com o rei Marcos, porém torna-se amante de Tristão, o que viola as leis temporais e religiosas e escandaliza a todos.Tristão é então banido do reino. Para se libertar do amor a Isolda, a Loura,casa-se com Isolda das Mãos Brancas, uma princesa da Bretanha, e filha  do Rei Hoel da Bretanha. mas não consegue consumar o casamento.Seu amor pela outra Isolda, a Loura, não termina. Um dia, Tristão é mortalmente ferido por uma lança e manda que busquem Isolda a  esposa do seu tio, para curá-lo das suas feridas.Enquanto ela vai a caminho para tentar salvá-lo, a esposa de Tristão,  Isolda das Mãos Brancas, engana-o, fazendo-o acreditar que Isolda não viria para vê-lo. Tristão morre, e Isolda, ao chegar ao local e  encontrá-lo morto, morre também de tristeza.


Essa história influenciou outra grande história de amor trágico medieval que envolve Lancelote e Rainha Genebra. Também influenciou histórias na literatura, na ópera, teatro e cinema.







Marco Antônio e Cleópatra

 Cleópatra entra na história porque foi uma mulher formosíssima, mas também culta, viva e muito inteligente. Marco António entra na história, especialmente, por causa dela.

Uma paixão que mudou o curso da história.


É uma história  muito longa...


Naquele outono de 41 a.C., a cidade de Tarso, não mais que um grande burgo da Cilícia (atual Turquia), parecia ter se transformado numa das capitais do mundo romano. Em expedição ao Oriente, o triúnviro Marco Antônio ali se deteve, convocando Cleópatra, a rainha do Egito, a prestar contas do apoio que teria dado aos assassinos de César. Já muito excitados pela presença de Marco Antônio entre seus muros, os habitantes de Tarso esperavam febrilmente a chegada de Cleópatra.
Ninguém ignorava que ela, sete anos antes, conquistara Júlio César, acompanhando-o a Roma e dando à luz um filho apresentado como sendo do ditador. Mesmo sem nunca tê-la visto, a maioria das pessoas conhecia sua reputação de beleza, sedução e inteligência. Desde o nascer do dia, um rumor avançava, vindo da embocadura do Cydnus, o rio de Tarso, e logo toda a cidade encontrava-se reunida em suas margens. Uma galera subia o rio. Sua popa era de ouro reluzente, suas velas desfraldadas eram tingidas de púrpura e dezenas de remos de prata cortavam as águas. No leme e nos cordames, nada de rústicos marujos, mas um enxame de formosas jovens vestidas de ninfas. Debaixo de uma tenda tecida de ouro, estava Cleópatra, recostada, tal uma deusa do amor. Crianças fantasiadas de pequenos cupidos abanavam-na com seus leques. O conjunto formava um verdadeiro quadro, dedicado a Afrodite. Quando o navio acostou, toda a cidade ali estava, e Marco Antônio, que esperava a rainha na praça pública, ficou sozinho. Muito contra a vontade, precisou descer ele mesmo até o porto, onde Cleópatra convidou-o a partilhar a refeição. A festa noturna que ela organizou foi espetacular.
As peripécias do festim, difundidas pelos criados, encantavam os curiosos. Cleópatra, ao que parece, cativou o hóspede com falas aliciadoras e atitudes provocantes. Dizem que Marco Antônio, de início embaraçado, sucumbiu pouco a pouco aos charmes da egípcia. Lembravam os mais velhos que Cleópatra já tivera uma aventura com Marco Antônio, quando seguiu César a Roma. E não esqueciam que, algumas semanas antes, Marco Antônio fizera sua entrada no Éfeso fantasiado de Dioniso, cercado por Bacantes, crianças e homens vestidos de sátiros e de pãs.
E não era o que viam agora em Tarso, a união do novo Dioniso e da nova Afrodite?
Em Roma, as notícias da festa de Tarso logo se espalharam. Esperavam um novo escândalo, algo semelhante àquele provocado oito anos antes pelos amores de César e Cleópatra. A classe dirigente estava ocupada demais com os assuntos públicos para dar importância a essas histórias de embriaguez oriental. Otávio, filho adotivo de César, combatia os senadores dissidentes chefiados pelo próprio irmão de Marco Antônio e por sua esposa Fúlvia.
Com grande rapidez, informações inquietantes chegavam a Roma. Longe de prosseguir sua viagem pelas províncias orientais, Marco Antônio acompanhou Cleópatra a Alexandria... Morava no palácio real e trocara suas vestes romanas pelo manto grego ou pela túnica oriental. Incapaz de se entregar a qualquer atividade séria, pois sua amante não o deixava jamais: participava das partidas de dados, bebia com ele, caçava com ele e o acompanhava em seus treinos físicos no ginásio. Com amigos da corte, os dois amantes fundaram uma sociedade: "A Vida Inimitável". Cada um devia surpreender os demais com prazeres inéditos. Foram festins suntuosos.
Os dias de delícias, porém, tiveram fim. Dois mensageiros vindos de Roma despertaram Marco Antônio de seu agradável torpor: seu irmão e sua mulher Fúlvia tinham sido vencidos por Otávio e os exércitos partos tinham invadido a Ásia Menor, a Síria e a Judéia. Uma carta de Fúlvia, refugiada em Atenas, intimava o marido a ir a seu encontro. A intrigante Fúlvia, porém, que esperava pôr um ponto final na aventura egípcia, morreu, já bem doente. De volta à Itália,  Marco Antônio casou-se com Otávia, a irmã de Otávio.Cleópatra, sozinha em Alexandria, deu à luz aos gêmeos Alexandre Hélios (Sol) e Cleópatra Selene (Lua). Durante três anos, não viu Marco Antônio, que vivia na Itália (e depois em Atenas) com a nova mulher Otávia e as duas filhas desse casamento.
Súbito, no ano de 37 a.C., Marco Antônio rompeu a vida honrada que levava com Otávia e decidiu lançar contra os partos a grande expedição com a qual sonhava havia anos. Desembarcou em Antioquia e fez vir Cleópatra de Alexandria. Depois de três anos de separação, o encontro foi dos mais apaixonados. Cleópatra pretendia reconquistar o amante para garantir a grandeza de seu reino. Marco Antônio, por sua vez, precisava dela para dominar o Oriente e enfrentar o rival Otávio. Os dois amantes instalaram-se no mais belo bairro de Antioquia, Dafne, e reencontraram aquela boa "vida inimitável" de Alexandria. Marco Antônio reconheceu os gêmeos e casou-se com Cleópatra segundo a norma egípcia, que autorizava a poligamia. Como presente de núpcias, ofereceu-lhe Chipre, a costa síria, a Judéia e mais territórios situados na Cilícia e em Creta. Essas notícias provocaram inquietação em Roma, e, pouco a pouco, conforme chegavam as informações vindas de Antioquia, a imagem de Marco Antônio degradava-se junto à opinião pública romana.
Cleópatra acompanhou Marco Antônio e seu exército até o Eufrates. Retornou a Alexandria, depois, onde fez cunhar moedas com sua efígie e a do esposo. Desses encontros, nasceu Ptolomeu Filadelfo. Quando, ao cabo de dois anos de uma campanha em que os revezes se sucederam um após o outro, Marco Antônio retrocedeu com suas tropas até a Síria, tinha perdido muitos de seus homens. Cleópatra correu a seu encontro com os barcos carregados de roupas, comida e dinheiro.
Mas Cleópatra não era a única a lhe oferecer ajuda. Otávia, sempre fiel ao marido, chegou a Atenas com 2 mil soldados de elite armados da cabeça aos pés, munidos de provisões, animais de carga e dinheiro.
Inquieta, a rainha do Egito entregou-se então (em 35 a.C.) a um perfeito teatro. Não comia mais, derramava-se em lágrimas a cada vez que percebia o olhar de Marco Antônio sobre ela e alternava os sinais da paixão e os da aflição. Seus cortesãos admoestavam Marco Antônio: "Como podes deixar definhar uma pobre mulher que só respira por ti? Podes comparar uma esposa que uniu-se a ti por razões políticas e a soberana de um tão grande reino que, separada de ti, não poderá mais sobreviver?"
Aflito e convencido por essa dor dada em espetáculo, Marco Antônio voltou a Alexandria. Otávia ganhou Roma e instalou-se na casa de Marco Antônio com as duas filhas e os dois meninos do casamento anterior do marido. Esposa ultrajada, digna em sua dor e mãe admirável, Otávia atraía o favor dos romanos, que a admiravam e lastimavam sua sorte.
Com sua atitude, Marco Antônio rompeu os frágeis laços que ainda o uniam a Roma. Agora sem mais escrúpulos, organizou em Alexandria uma paródia do triunfo romano. Vestido de Dioniso, numa carruagem triunfal, entrou na cidade precedido por seus cativos, o rei da Armênia e sua família atados por correntes de ouro. Outros carros o acompanhavam, carregados do espólio tomado ao Oriente. Sob aclamações do povo, o cortejo chegou diante do estrado de prata, onde estava Cleópatra, sentada em um trono de ouro. A noite inteira, o povo e os soldados de Marco Antônio festejaram alegremente.
Alguns dias mais tarde, uma nova festa ocorreu no ginásio de Alexandria. Cleópatra, ornada com a veste sagrada de Ísis, e Marco Antônio ocuparam seus lugares, ambos em tronos de ouro. Em outros quatro miniaturas estavam Cesarião, suposto filho de César, os gêmeos Alexandre Hélios e Cleópatra Selene e o pequeno Ptolomeu. Alexandre, com seis anos, estava vestido como um rei persa com uma longa túnica bordada e uma tiara ornada com plumas de pavão, e Ptolomeu, com dois, usava as botas, o manto de púrpura e a touca com diademas dos soberanos macedônios.
O discurso que Marco Antônio dirigiu então à multidão teve pesadas conseqüências. Concedeu a Cleópatra o título de "rainha dos reis" e a Cesarião o de "rei dos reis". Proclamou Cleópatra soberana do Egito, de Chipre, da Líbia e da Síria, e associou Cesarião a seu poder. Os três filhos dela foram dotados de reinos: Alexandre recebeu a Armênia, a Média e a Pártia - que ainda não fora conquistada; Cleópatra, a Cirenaica e a Líbia; Ptolomeu, a Fenícia, a Síria e a Cilícia. Até a maioridade das crianças, esse grande império seria administrado pela mãe.
As notícias vindas do Egito sobressaltaram os romanos. Otávio não perdia ocasião para tornar públicas as extravagâncias de seu inimigo: "Imaginem que, quando faz justiça, Cleópatra lhe envia palavras doces gravadas em tábuas de ônix ou de cristal... Já ouviram dizer que em pleno banquete ele deixa a mesa, afagando ostensivamente o pé da rainha, sinal entre eles para se retirarem a seu quarto? Sabem que um pintor prepara seus quadros, retratando-os como Ísis e Osíris?"
Marco Antônio não ficava atrás e distribuía por mensageiros notícias das "torpezas" de Otávio: "Soubemos que, por ocasião de um festim, obrigou uma dama romana a acompanhá-lo ao quarto. (...) Conhecem vocês o banquete dos Doze Deuses que organizou secretamente e no qual todos os convivas fantasiaram-se de divindades do Olimpo? Eis aqui a lista dos participantes dessa festa sacrílega e licenciosa. (...) Eis os nomes das mulheres que Otavio seduziu".
Em 32 a.C., Marco Antônio enviou a Otávia uma carta em que a repudiava, ordenando-lhe que deixasse sua casa. Otávio aproveitou a ocasião para desferir o golpe decisivo. Buscou o testamento de Marco Antônio confiado às vestais. Percorreu-o e marcou os trechos mais suscetíveis de provocar indignações. Reuniu o Senado e, fingindo deslacrar o documento, leu as passagens em que Marco Antônio distribuía a seus filhos egípcios os reinos orientais e pedia para ser enterrado em Alexandria junto a Cleópatra. O horror foi geral. Mesmo os amigos que Marco Antônio ainda tinha em Roma dele se afastaram. Quando Otávio declarou guerra à egípcia, suas troças faziam a alegria dos romanos: "Marco Antônio não passa de um fantoche, vítima dos filtros da estrangeira. (...) Não precisarão combater nenhum exército, só o eunuco Mardion, a cabeleireira Iras e a ama Charmion, os únicos poderosos em Alexandria".
As duas frotas encontraram-se no golfo do Ácio, no noroeste da Grécia, no dia 2 de setembro de 31 a.C. Depois de um longo e decisivo combate, os navios de Otávio derrotaram os de Cleópatra e Marco Antônio. O casal conseguiu fugir e ganhar Alexandria. Sabiam que os dias de liberdade estavam contados, mas ainda assim entregaram-se a mais prazeres extravagantes. Com seus amigos, fundaram uma nova associação, "A Espera da Morte em Comum", e passavam alegremente o tempo como se cada noitada fosse a última.
Na primavera do ano seguinte (30 a.C.), Otávio tomava Alexandria, ocupada sem grandes dificuldades. Marco Antônio e Cleópatra tentaram, cada um de seu lado, ainda um pacto, mas Otávio recusou-se a qualquer negociação. Cleópatra já se preparara para a morte: na torre-mausoléu (munida de janelas) que construiu para si, ordenou que reunissem tudo o que possuía de mais precioso, jóias, ouro, móveis, perfumes e uma grande quantidade de tochas e estopas.
Na noite que precedeu a morte de Marco Antônio, os clamores de uma multidão em regozijo e os sons harmoniosos de instrumentos de música espalharam-se por Alexandria. Essa multidão invisível atravessava a cidade e o barulho se estendia de ponta a ponta. "É o sinal", comentavam os alexandrinos, "de que Dioniso abandonou Marco Antônio, que sempre quis se assemelhar a ele."
Pela manhã, Cleópatra refugiou-se com duas de suas amas no mausoléu. Ordenou que trancassem a porta e dissessem a Marco Antônio que se matara. O general entendeu que ele também devia morrer. Atingiu o ventre, mas não faleceu de imediato. Neste momento, chegou o secretário de Cleópatra anunciando que ela continuava em vida. Marco Antônio, agonizante, pediu para ser levado ao mausoléu. "Cleópatra apareceu à janela", contou um servo, "mas não conseguiu abrir a porta. Pela janela, desceu uma corda à qual amarramos Marco Antônio. As três mulheres, puxando a corda com as mãos, alçaram com muita dificuldade nosso general moribundo e coberto de sangue." Cleópatra recebeu-o e, estendendo-o ao solo, rasgou suas roupas, arranhou seu peito e suas faces, abraçou o moribundo chamando-o de seu senhor, seu esposo e seu imperador. Marco Antônio pediu uma taça de vinho, bebeu e, num último suspiro, aconselhou a Cleópatra que salvasse sua vida se pudesse fazê-lo de maneira honrada.
Otávio, imediatamente informado da morte de Marco Antônio, temia que Cleópatra ateasse fogo ao mausoléu. Queria-a viva para carregá-la em triunfo a Roma. Dois de seus amigos, Proculeio e Galo, foram encarregados de fazê-la sair da sepultura. Enquanto Galo encetava as conversações, Proculeio empurrava uma escada contra o muro, entrando na torre pela janela. Cleópatra foi trancafiada no palácio sob a guarda de um liberto de Otávio. Pálida, magra, o rosto e o peito feridos, febril com a infecção dos ferimentos que infligira a si mesma, a rainha do Egito não era mais que sua sombra quando Otávio decidiu-se a visitá-la. Uma última vez, Cleópatra tentou seduzir um general romano. Em vão. Informada de que preparavam o navio que devia conduzi-la a Roma com os filhos, pediu para voltar ao mausoléu. Trouxeram-lhe uma refeição suntuosa e depois ela trancou-se com as duas amas. Numa mensagem, pediu a Otávio para ser enterrada junto com Marco Antônio. Compreendendo o que se passara, Otávio enviou a guarda em toda diligência. Tarde demais: Cleópatra estava morta.
Entre aqueles que primeiro entraram na tumba, estava Olympos, médico particular de Cleópatra: "Eu sabia", confiou, "que já há várias semanas nossa rainha decidira morrer. Em minha presença, testou, nos condenados à morte, várias espécies de veneno. Queria encontrar aquele capaz de provocar uma morte rápida, suave e sem alteração do corpo. Quando entrei no mausoléu, ela repousava sobre um leito de ouro, vestida com seus hábitos reais e carregando nas mãos as insígnias de poder macedônias e egípcias. A seus pés, Iras, a cabeleireira, expirava, e Charmion arranjava o diadema de sua senhora antes de morrer ela também. Não pude determinar a causa do falecimento das três mulheres, mas vi no braço de Cleópatra duas pequenas picadas. Sabia que a rainha sempre levava no cabelo um alfinete contendo veneno. Pensei também na mordida de uma víbora. Com efeito, um guarda me contou que, durante a refeição, um camponês veio trazer à rainha uma cesta de figos que podiam, talvez, ocultar uma serpente. Mas eu não encontrei nesse local hermeticamente fechado nem alfinete de cabelo nem víbora alguma".
Cleópatra tinha 39 anos quando escolheu ir ao encontro do amado na morte. Compungido com sua fidelidade, Otávio autorizou seu enterro junto a Marco Antônio no mausoléu real. Uma só sepultura reuniu para a eternidade esses dois terríveis amantes, cujo romance transformou o curso da história do mundo romano. 


 Sansão e Dalila

 Sansão, cujo nome significava "homem do sol", era um nazareno dotado de extraordinária força. Era um dos juízes bíblicos cuja história está descrita no Livro dos Juízes (13-16) e no Novo Testamento (Hebreus 11,32).
Essa história de amor e paixão foi ruim para o homem, pois se apaixonou por uma mulher, confiou seu maior segredo a ela, e acabou sendo traído e ficou cego.

Conta-se que Deus terá chamado Sansão para libertar o povo de Israel que vivia dominado pelos Filisteus. Estes, que tinham um medo enorme da força do nazareno, tentavam sem sucesso prender Sansão. Os governantes  Filisteus , sabendo da paixão de Sansão pela filisteia Dalila, aliciaram a jovem, com 1100 moedas de prata, a descobrir a origem da força invencível de Sansão. Dalila amava Sansão, mas este amor era inferior ao que sentia pelo seu povo. Com o seu grande poder de sedução, Dalila tentou não só desvendar de Sansão o segredo da sua força, como também arranjar uma forma para que ele fosse dominado pelos Filisteus.
Primeiramente, Sansão disse-lhe que ficaria vulnerável como qualquer outro homem, se o amarrassem com sete fibras novas de arco que não tivessem sido secas. Dalila atou Sansão com as sete fibras, durante o sono mas, quando os Filisteus chegaram para o levar, ele arrancou as fibras sem dificuldade. À segunda tentativa de Dalila, Sansão disse-lhe que seria, facilmente, dominado se fosse amarrado por cordas novas, mas também destas se libertou, sem custo, quando chegaram os Filisteus. A terceira versão de Sansão foi tão falsa como as duas anteriores, pois quando Dalila teceu as sete madeixas do cabelo de Sansão com uma rede e as apertou com um gancho, durante o sono de Sansão, este voltou a libertar-se facilmente. Foi então que Dalila (não se sabe através de que artes) conseguiu saber o segredo da força de Sansão. Este disse-lhe que, se os seus cabelos fossem cortados, a sua força abandoná-lo-ia e ficaria fraco como uma criança. Sansão adormeceu no colo de Dalila e esta, suavemente, cortou-lhe os caracóis dos cabelos. Acordado pela chegada dos Filisteus, Sansão acreditava ainda ter força, mas foi rapidamente dominado pelos soldados, que lhe perfuraram os olhos e o prenderam com algemas de bronze.
Sansão foi exposto e humilhado, publicamente, no caminho do templo de Dagôn, onde foi amarrado aos dois pilares que sustentavam o enorme edifício. A população juntou-se aos milhares para ver a derrota de Sansão e este, num último esforço, pediu a Deus que lhe devolvesse a força, por instantes. Foi, então, que Sansão, heroicamente, fez ruir os pilares, causando a destruição do templo e, consequentemente, a morte dos Filisteus, de Dalila e do próprio Sansão.

 Ao revelar a Dalila o segredo da sua força, Espírito de Deus se afastou de Sansão e sua força descomunal, que era na verdade, do Espírito de Deus, foi-se embora também. Sua força nada tinha a ver com seu cabelo, mas com o temor e a obediência a Deus.



                      Otelo  e Desdêmona


Um romance marcado pela tragédia, resultado de ciúmes.O ciúme, grande fator de desgaste nos casamentos, foi o motivo da ruína da relação entre Otelo e Desdêmona.

A história do casal  gira  em torno da traição e da inveja.Tudo começa através de Iago, alferes de Otelo, que querendo se vingar dele, por ter promovido Cássio ao posto de tenente, conta ao pai de Desdêmona, Brabâncio, que Otelo, o general mouro de Veneza, tinha relações íntimas com a filha dele.
Otelo, na verdade, era prisioneiro da cor de sua pele. Por seus dotes militares, era tolerado, mas não aceito pelos venezianos, que nutriam com relação a ele sentimentos racistas. Otelo estava ciente desse preconceito e se sentia inseguro. Para dissimular sua insegurança, comportava-se de modo grosseiro e impulsivo, a ponto de intimidar sua própria mulher, Desdêmona.
Ao tomar ciência que sua filha havia fugido para se casar com Otelo, o pai dela foi à procura de Otelo matá-lo. No momento em que se encontraram, chegou um comunicado convocando-os para uma reunião de caráter urgente no senado.
Durante a reunião Brabâncio, sem provas, acusou Otelo de ter induzido Desdêmona a casar-se com ele por meio de bruxarias. Otelo, gozava da estima e da confiança do Estado,por ser leal, muito corajoso e ter atitudes nobres, fez, em sua defesa, um simples relato da sua história de amor que foi confirmado pela própria Desdêmona. Por isso, e por ser o único capaz de conduzir um exercito no contra-ataque a uma esquadra turca que dirigia-se à ilha de Chipre, Otelo foi inocentado e o casal seguiu para Chipre, em barcos separados, na manhã seguinte.
Durante a viagem uma tempestade  separou as embarcações e, devido a isso, Desdêmona chegou primeiro à ilha. Algum tempo depois, Otelo desembarca com a novidade que a guerra tinha acabado porque a esquadra turca fora destruída pela fúria das águas. No entanto, o que o mouro não sabia é que na ilha ele enfrentaria um inimigo mais fatal do que os turcos.
Em Chipre, Iago que odiava a Otelo e a Cássio, começou a semear a discórdia entre o casal, ou seja, concebeu um terrível plano de vingança que tinha como seus objetivo arruinar seus inimigos. Hábil e profundo conhecedor da natureza e sempre fazendo reflexões sobre a humanidade, Iago sabia que, de todos os tormentos que afligem a alma, o ciúme é o mais intolerável e incontrolável.
Ele sabia que Cássio, entre os amigos de Otelo, era o que mais possuía a confiança do general. Sabia também que devido a sua beleza e eloqüência, qualidades que agradam às mulheres, ele era exatamente o tipo de homem capaz de despertar o ciúme de um homem de idade avançada, como era Otelo, casado com uma jovem e bela mulher. Por isso, começou a realizar seu plano.
Sob pretexto de lealdade e estima ao general, Iago induziu Cássio, responsável por manter a ordem e a paz, a se embriagar e envolver-se em uma briga com Rodrigo, durante uma festa em que os habitantes da ilha ofereceram a Otelo. Quando o mouro soube do acontecido, destituiu Cássio de seu posto. Nessa mesma noite, Iago começou a jogar Cássio contra Otelo. Ele falava, dissimulando um certo repúdio a atitude do general, que a sua decisão tinha sido muito dura e que Cássio deveria pedir a Desdêmona que convencesse Otelo a devolver-lhe o posto de tenente. Cássio, abalado emocionalmente, não se deu conta do plano traçado por Iago e aceitou a sugestão.
Dando continuidade a seu plano, Iago insinuou a Otelo que Cássio e sua esposa poderiam estar tendo um caso. Esse plano foi tão bem traçado que Otelo começou a desconfiar de Desdêmona. Iago sabia que o Mouro havia presenteado sua mulher com um velho lenço de linho bordado com morangos, o qual tinha herdado de sua mãe. Iago induz Emília, sua esposa, a roubar o lenço de Desdêmona e diz a Otelo que sua mulher havia presenteado o seu amante com ele. Otelo, já enciumado, pergunta a sua esposa sobre o lenço e ela, ignorando que o lenço estava com Iago, não soube explicar o desaparecimento do mesmo. Nesse meio tempo, Iago colocou o lenço dentro do quarto de Cássio para que ele o encontrasse.


Depois, Iago fez com que Otelo se escondesse e ouvisse uma conversa sua com Cássio. Eles falaram sobre Bianca, meretriz amante de Cássio, mas como Otelo só ouviu partes da conversa, ficou com a impressão de que eles estavam falando a respeito de Desdêmona. Um pouco depois Bianca chegou e Cássio deu a ela o lenço que encontrara em seu quarto para que ela providenciasse uma cópia. As conseqüências disso foram terríveis: primeiro Iago, jurando lealdade a seu general, disse que, para vingá-lo, mataria Cássio, mas sua real intenção era matar Rodrigo e Cássio simultaneamente porque eles poderiam estragar seus planos. No entanto, isso não ocorreu conforme suas intenções: Rodrigo acaba morrendo e Cássio ferido com uma perna quebrada.
Depois Otelo, totalmente descontrolado, foi a procura de sua esposa acreditando que ela o havia traído e asfixia-a em seu quarto. Após isso, Emília, esposa de Iago, sabendo que sua senhora fora assassinada revelou a Otelo, Ludovico (parente de Brabâncio) e Montano (governador de Chipre antes de Otelo) que tudo isso foi tramado por seu marido e que Desdêmona jamais fora infiel. Iago então mata Emília e foge, mas logo é capturado. Otelo, desesperado ao saber que matara sua amada esposa injustamente, apunhalou-se, caindo sobre o corpo de sua mulher, e morreu beijando a quem tanto amara.
Ao finalizar a tragédia Cássio passou a ocupar o lugar de Otelo, Iago foi entregue às autoridades para ser julgado e Graciano, uma vez que seu irmão Brabâncio morrera, ficou com os bens do mouro.

O ciúme é um tema fundamental nessa história de amor, pois além do ciúme de Otelo por Desdêmona, temos o de Iago por Cássio , porque este tem um posto militar superior ao seu, e o de Rodrigo, cúmplice de Iago, por Otelo, porque está apaixonado por Desdêmona.
É em Otelo que se encontra a mais genial - e certamente a mais popular - definição de ciúme: ciúme é um monstro de olhos verdes (a green-eyed monster).


Abelardo e Heloísa


Um dos romances mais tórridos registrados pela história é o de Abelardo e Heloisa, no século XV. Tiveram momentos em que o amor despiu-se de todos os preconceitos e, segundo ela, se lhe dissessem que um dia se entregaria daquela forma, morreria de vergonha.

A história de amor entre Abelardo e Heloísa foi uma história dramática.  O romance einiciou-se em Paris, Abelardo tinha 37 anos e Heloísa tinha 17 anos.
            Abelardo, ao ver a jovem Heloísa, ficou encantado com a sua beleza, e tentou aproximar-se dela, pedindo ao seu tio Fulberto que o alojasse em sua casa, pois ficaria mais perto da sua escola, e não teria as preocupações de cuidar de uma casa, ficando com mais tempo para se dedicar aos seus estudos.
            O tio de Heloísa viu nesta oferta uma oportunidade para a sua sobrinha evoluir nos seus estudos. Assim, Abelardo tornou-se professor de Heloísa.
            Todas as horas vagas que Abelardo tinha dedicava-as a ensinar Heloísa, inicialmente na presença do tio Fulberto. Algum tempo depois, Fulberto, confiando em Abelardo, deixava-os sozinhos.
            Como Abelardo ensinava na escola durante o dia, dava aulas a Heloísa durante a noite, enquanto o seu tio Fulberto e todos dormiam.
            Em pouco tempo, cresceu entre ambos um grande amor, deixaram de se preocupar com os livros e o estudo, fascinados um pelo outro, viviam esta paixão de forma intensa.
            Tanto Abelardo como Heloísa, eram dois intelectuais, e ao viverem o seu amor, sabiam os perigos que corriam perante a sociedade.
            Numa noite, o tio Fulberto descobriu o amor escondido entre Abelardo e Heloísa. Furioso, expulsou Abelardo de sua casa.
O amor entre Abelardo e Heloísa não diminuiu, começaram a encontrar-se nos locais que Heloísa podia frequentar sem acompanhantes; em sacristias, confessionários, catedrais.
            Heloísa engravidou, e para evitar um escândalo, Abelardo levou-a às escondidas da casa do tio Fulberto, para a sua aldeia em Palais, onde ficou aos cuidados da sua irmã, até dar à luz um menino, a que deram o nome de Astrolábio.
            Abelardo voltou para Paris, para continuar a ensinar, mas não conseguia estar longe de Heloísa, como tal, foi pedir ao tio Fulberto permissão para casar com Heloísa. Fulberto, embora magoado, consentiu o casamento. Heloísa deixou o filho com a irmã de Abelardo e dirigiu-se a Paris.
            O casamento realizou-se durante a noite, às escondidas, numa pequena ala da Catedral de Notre-Dame, de modo a que ninguém desconfiasse.  Só estavam presentes os familiares de Heloísa e alguns amigos de Abelardo.
            Pouco tempo depois, o casamento foi sido descoberto e Fulberto envergonhado, resolveu vingar-se de Abelardo. Contratou uns homens para invadirem os aposentos de Abelardo durante a noite e castraram-no. 
            Na sua angústia e vergonha, Abelardo obrigou Heloísa a ingressar no mosteiro de Santa Maria de Argenteuil. Heloísa tinha vinte anos. Heloísa fez os votos monásticos e ingressou na vida religiosa, por amor a Abelardo.  Abelardo retirou-se para o mosteiro de Saint-Denis. 
 Durante muitos anos Abelardo e Heloísa não se viram, apenas trocavam cartas um com o outro. Nestas cartas Heloísa expressava toda a sua dor, pela triste sorte do seu amor, e toda a sua rebeldia, por ter ingressado na vida religiosa e ter vestido o hábito.
Heloísa e Abelardo nunca deixaram de se amar.  Anos mais tarde Abelardo construiu uma escola-mosteiro perto de Heloísa. Viam-se diariamente, mas não se falavam, apenas trocavam cartas. 
            Abelardo morreu em 1142, com 63 anos de idade. Heloísa mandou construir uma sepultura em sua homenagem.
            Em 1162 morre Heloísa e a seu pedido, foi sepultada ao lado de Abelardo.
Em 1817 os restos mortais dos dois amantes foram levados para o cemitério do Padre Lachaise.
          
Sepultura de Abelardo e Heloísa no cemitério do Padre Lachaise
Abelardo e Heloisa descansam no mesmo túmulo, no cemitério de Père-e-´La Chaise, perto de Paris, sendo seu túmulo atração turística, principalmente de casais apaixonado
Conta-se que, ao abrirem a sepultura de Abelardo, para ali depositarem Heloísa, encontraram seu corpo ainda intacto e de braços abertos, como se estivesse aguardando a chegada de Heloísa.


Helena de Tróia e Páris


Helena de Tróia é, geralmente, considerada a mais bela mulher que surgiu na face  da Terra, em todos os tempos. Quando abandonou o marido Menelau e fugiu com o jovem Páris, provocou uma das guerras mais badaladas da história, a Guerra de Tróia que, além de tudo motivou o poeta grego Homero a produzir uma das grandes epopéias da humanidade, a Ilíada. Heróis como Agamenon, Aquiles, Odisseu  povoam a imaginação ainda nos dias de hoje. Com a vitória de Menelau e a morte de Páris, ainda assim, a bela Helena voltou ao seu status de rainha da corte.

Quando tinha onze anos.Helena foi raptada pelo herói Teseu. Porém seus irmãos Castor e Pólux a levaram de volta a Esparta.
Possuía a reputação de mulher mais bela do mundo. Helena tinha diversos pretendentes, que incluíam muitos dos maiores heróis da Grécia, e o seu pai adotivo, Tíndaro, hesitava tomar uma decisão em favor de um deles temendo enfurecer os outros. Finalmente um dos pretendentes, Odisseu (cujo nome latino era Ulisses), rei de Ítaca, resolveu o impasse propondo que todos os pretendentes jurassem proteger Helena e o marido que ela escolhesse, qualquer que fosse. Helena então se casou com Menelau, que se tornou rei de Esparta.
Helena teve uma filha com Menelau, Hermíone..Numa viagem a Esparta, Páris encontra a princesa Helena, que está casada com Menelau, irmão de Agamenon, filhos de Atreu, rei de Micenas. Após nove dias entretendo Páris, Menelau, no décimo, parte para Creta, para os rituais fúnebres de Catreu, seu avô materno. Helena e Paris fogem para Tróia, abandonando Hermíone, então com nove anos de idade; Menelau, Agameon, Aquiles e outros reis juntam-se numa guerra contra Tróia. Em princípio para resgatar Helena e vingar Menelau, mas na realidade com interesses econômicos também. A guerra dura dez anos. Páris, seu irmão Heitor, e Aquiles morrem. Um dia, os troianos percebem que o acampamento de seus inimigos está vazio, e imaginam que finalmente abandonaram a guerra. Encontrar por ali um enorme cavalo de madeira que acreditam ser um presente, e o carregam para dentro de suas muralhas. Ficam surpresos, porém, quando soldados começam a sair de dentro do cavalo e a atacar a cidade, agora indefesa. A guerra é vencida pelos inimigos.
Existem várias versões sobre o seu fim. Segundo Pausânias, após a morte de Menelau, ela foi expulsa do reino pelo seu enteado, Nicostrato. Foi morar com a rainha Polixo de Rodes, que fingiu ser sua amiga mas queria vingança pela morte do marido Tlepólemo. Quando Helena estava tomando banho, a rainha mandou as servas vestidas de Erínias a enforcarem.Após a morte foi para a ilha de Pélagos.
Nessa mesma ilha teve um filho com Aquiles.
Depois de algum tempo reencontrou seu amado Páris, e lá viveram para todo o sempre protegidos pela deusa Afrodite e pelo deus Apolo.



                           Xá Rezha Pavlevi e Soraya


Soraya Esfandiary-Bakhtiar foi a segunda esposa e rainha consorte de Mohammad Reza Pahlavi, Xá da Pérsia.
Soraya conheceu Reza quando frequentava uma escola de boas maneiras na Suiça. Ele estava recém-divorciado. Se apaixonaram perdidamente e logo ele quis se casar com ela.
 Soraya recebeu de presente um anel de noivado com um diamante de 22,37 quilates .A cerimônia foi decorada com 1,5 tonelada de orquídeas, tulipas e cravos vindos de avião diretamente da Holanda.Para entreter os convidados foram contratadas atrações internacionais, como um circo equestre de Roma. A noiva usava um vestido de lamê prata cravejado de pérolas e enfeitado com penas de cegonha marabu, concebido para a ocasião por Christian Dior. Ela também usava uma longa capa de vison branco.Embora o casamento tenha ocorrido durante uma forte nevasca, considerado um bom presságio, a união do casal imperial desintegrou-se no início de 1958 devido à aparente infertilidade de Soraya. A rainha recorreu a tratamentos  sem sucesso, e o Xá sugeriu tomar uma segunda esposa, a fim de produzir um herdeiro . Soraya deixou a Pérsia em fevereiro, instalando-se na casa de seus pais na Alemanha,onde o Xá enviou tio de sua esposa, o senador Sardar As'ad Bakhtiari, no início de março de 1958, numa tentativa infrutífera de convencê-la a regressar . Em 10 de Março, um conselho de assessores se reuniu com o Xá para discutir a situação do casamento conturbado e da falta de um herdeiro. Quatro dias depois, foi anunciado o divórcio do casal imperial. Foi, segundo a rainha de apenas 25 anos de idade, "um sacrifício da minha própria felicidade" . Mais tarde, ela declarou aos jornalistas que seu marido não tinha outra escolha senão divorciar-se dela .Em 21 de março de 1958, o dia do Ano Novo Persa, um choroso Xá anunciou seu divórcio ao povo em um discurso transmitido pela televisão e pelo rádio, afirmando também que não iria se casar às pressas. O divórcio inspirou o compositor francês Françoise Mallet-Jorris a escrever uma canção pop de sucesso: Je veux pleurer comme Soraya ("Eu quero chorar como Soraya").De acordo com uma reportagem do The New York Times, extensas negociações haviam precedido o divórcio, a fim de convencer a rainha Soraya a aceitar que seu marido tomasse uma segunda esposa. A rainha, no entanto, citando o que chamou a "santidade do casamento", afirmou que "não podia aceitar a ideia de compartilhar o amor de seu marido com outra mulher." 

Uma história de amor de sacrifício por parte da mulher. Soraya, mesmo apaixonada pelo marido,aceitou a separação para que ele se casasse com outra mulher e tivesse filhos.
Após a separação, ela tentou ser atriz no cinema, tornou-se companheira de um diretor italiano, e morreu aos 69 anos de idade.Seu vestido de noiva Dior foi arrematado por US$ 1,2 milhão.




Grace  Kelly e Príncipe Rainier III


Em 1955, o príncipe conheceu a atriz americana Grace Kelly no Festival de Cinema de Cannes, na França, quando a estrela de Hollywood apresentava o filme Ladrão de Casaca, dirigido pelo cineasta britânico Alfred Hitchcock.O namoro despertou o interesse da opinião pública, que via a relação entre o príncipe e a atriz como um conto de fadas, no qual a musa de Hitchcock se converteria em princesa de Mônaco.Em 18 de abril de 1956, os Rainier e Grace Kelly se casaram em uma ostentosa cerimônia, transmitida ao vivo pelas cadeias de televisão de todo mundo. Cerca de 3 milhões de pessoas assistiram ao espetáculo.Segundo o livro Grace Kelly: As Vidas Secretas da Princesa, do escritor James Spada, o príncipe teria embolsado US$ 2 milhões, entregues a título de dote pelo pai da atriz.Amparado por depoimentos, o livro - lançado no Brasil em 1988 - afirma que a atriz fez exames médicos que comprovassem sua fertilidade, condição imposta pelo príncipe para que o casamento se realizasse.No ano seguinte, nasceu a princesa Caroline, a primeira filha do casal. Albert Alexandre Louis Pierre nasceu um ano depois, em 1958, tornando-se o herdeiro do trono de Mônaco.Em 1965 nasceu a princesa Stephanie, que viria a ser considerada a "ovelha negra" dos Grimaldi devido aos seus inúmeros relacionamentos escandalosos.Em 14 de setembro de 1982, a princesa Grace Kelly morreu em um acidente de carro quando voltava para o castelo da família em Mônaco. Ela estava acompanhada da filha mais nova, na época com 17 anos. Stephanie chegou a ser acusada de estar dirigindo o veículo embriagada no momento da tragédia.A morte de Grace Kelly marcou o início de uma nova era de problemas familiares para Rainier. O príncipe assistiu a três casamentos de sua filha mais velha (que ficou viúva do segundo marido), não viu seu herdeiro subir ao altar e penou com os escândalos de Stephanie, que entre outras coisas teve filhos com dois guarda-costas e se casou com um artista de circo.Apesar dos problemas pessoais, Rainier era visto como um grande realizador em Mônaco, principalmente graças a seus esforços para melhorar a economia do país. Analistas dizem que Rainier conseguiu reduzir a dependência de Mônaco do turismo e do jogo ao desenvolver o setor empresarial do principado.Em 1993, ele conseguiu que o principado de Mônaco fosse admitido na Organização das Nações Unidas (ONU). Entretanto, sua idade avançada e seu estado de saúde frágil fizeram com que ele delegasse uma série de funções ao seu herdeiro, Albert, nos últimos anos.





Pedro e  Inês de Castro 
(que depois de morta, foi rainha)
A combinação de história e lenda deste trágico amor nunca deixou de apaixonar o imaginário popular dos portugueses e dos europeus ao longo dos tempos.

D.Pedro I de Portugal, herdeiro do trono português casou-se com D.Constança, mas foi a D. Inês de Castro, uma das aias de D.Constança, quem conquistou o coração de D.Pedro. Tiveram um grande romance que não foi aceito pelo povo, muito menos pelo pai de D. Pedro, D. Afonso IV  que mandou exilar D. Inês no castelo de Albuquerque, na fronteira castelhana, onde tinha sido criada por sua tia D. Teresa mulher de um meio irmão de D. Afonso IV. Porém, nem essa distância apagou o amor que sentiam um pelo outro, e assim correspondiam-se com frequência.No ano seguinte D. Constança morreu ao dar à luz o futuro rei D. Fernando I de Portugal. Viúvo, D. Pedro, contra a vontade do pai, mandou D. Inês regressar do exílio e os dois passaram a viver juntos, o que provocou grande escândalo na corte, para enorme desgosto de El-Rei seu pai. Começou então uma desavença entre o Rei e o Infante. O rei impedia de toda forma que acontecesse um casamento entre os dois, mas D.Inês teve três filhos deles, dos quais um morreu.
Depois de alguns acontecimentos na corte, cedendo às pressões  dos seus conselheiros e aproveitando a ausência de D. Pedro numa excursão de caça,o rei mandou executar D. Inês de Castro em Santa Clara, conforme fora decidido em conselho.
No jardim da Quinta das Lágrimas (Portugal)  se encontram as chamadas "Fonte dos Amores" (local onde D.Pedro e Inês se encontravam) e  "Fonte das Lágrimas"(nascida das lágrimas que Inês chorou ao ser assassinada). O sangue de Inês terá ficado preso às rochas do leito, ainda rubras após seis séculos e meio...
A morte de D. Inês provocou a revolta de D. Pedro contra seu pai, D. Afonso IV. Após meses de conflito, a Rainha D. Beatriz conseguiu intervir e fez selar a paz em Agosto de 1355.
D. Pedro tornou-se no oitavo rei de Portugal como D. Pedro I em 1357. Em Junho de 1360 fez a declaração de Cantanhede, legitimando os filhos ao afirmar que se tinha casado secretamente com D. Inês, em 1354, em Bragança «em dia que não se lembrava». A palavra do rei, do seu capelão e de um seu criado foram as provas necessárias para legalizar esse casamento.De seguida perseguiu os assassinos de D. Inês, que tinham fugido. (segundo a lenda o Rei mandou arrancar o coração de um pelo peito e o do outro pelas costas, assistindo à execução enquanto se banqueteava). D. Pedro mandou construir os dois esplêndidos Túmulos de D. Pedro I e de D. Inês de Castro no mosteiro de Alcobaça, para onde trasladou o corpo da sua amada Inês, em 1361 ou 1362.


 Juntar-se-ia a ela em 1367. A posição primeira dos túmulos foi lado a lado, de pés virados a nascente, em frente da primeira capela do transepto sul, então dedicada a São Bento. Na década de 80 do século dezoito os túmulos foram mudados para o recém construído panteão real, onde foram colocados frente a frente. Em 1956 foram mudados para a sua atual posição, D. Pedro no transepto sul e D. Inês no transepto norte, frente a frente. Quando os túmulos, no século XVIII, foram colocados frente a frente apareceu a lenda que assim estavam para que D. Pedro e D. Inês «possam olhar-se nos olhos quando despertarem no dia do juízo final». A tétrica cerimônia da coroação e do beija mão à rainha D. Inês morta, que D. Pedro pretensamente teria imposto à sua corte e que tornar-se-ia numa das imagens mais vívidas no imaginário popular, terá sido inserida pela primeira vez nas narrativas espanholas do final do século XVI.


O assassinato da bela jovem, foi tramado executado, para desespero do herdeiro. Quando subiu ao  trono, como D. Pedro I, rei de Portugal, mandou exumar  o cadáver da amada, vestí-lo com trajes reais, e ser coroada como rainha, recebendo a vassalagem dos nobres dispostos em fila.



Romeu e Julieta


Romeu e Julieta eram também de famílias que se odiavam, mas apaixonaram-se perdidamente e casaram-se secretamente. Romeu ainda tentou aproximar-se da família de Julieta mas, acabou matando seu primo Teobaldo, em duelo e foi banido de Verona. Um padre preparou uma poção que fez Julieta parecer morta e mandou avisar Romeu para vir resgatar sua amada. Houve um desencontro e Romeu soube, por outras fontes da morte de Julieta. Ao chegar à cripta onde ela estava, vendo o que  parecia de Julieta morta,  deu fim à própria vida. 
Despertando de seu sono letárgico e deparando com Romeu morto, Julieta  também deu fim a sua própria vida.




Píramo e Tisbe


Píramo era o mais belo jovem e Tisbe, a mais formosa donzela em toda a Babilônia, onde Semíramis reinava. Seus pais moravam em casas contíguas e se odiavam, tanto que a família dela ergueu um muro para separar as propriedades  --- segundo a lenda, o muro passava das nuvens ---, e os apaixonados, conversavam através de uma fenda nesse muro. A vizinhança aproximou os dois jovens e o conhecimento transformou-se em amor. Seriam venturosos se se casassem, mas seus pais proibiram. Uma coisa, contudo, não podiam proibir: que o amor crescesse com o mesmo ardor no coração dos dois jovens. Conversavam por sinais ou por meio de olhares, e o fogo se tornava mais intenso, por ser oculto.
Na parede que separava as duas casas, havia uma fenda provocada por algum defeito de construção. Ninguém a havia notado antes, mas os amantes a descobriram. Que há que o amor não descubra? A fenda permitia a passagem da voz; e ternas mensagens passaram nas duas direções, através da fenda. Quando Píramo e Tisbe se punham de pé, cada um de seu lado, suas respirações se confundiam.
- Parede cruel! - exclamavam. - Por que manténs separados dois amantes? Mas não seremos ingratos. Devemos-te, confessamos, o privilégio de dirigir palavras de amor a ouvidos complacentes.
Diziam tais palavras, cada um de seu lado da parede; e, quando a noite chegava e tinham de dizer adeus, apertavam o lábio contra a parede, ela do seu lado, ele do outro, já que não podiam aproximar-se mais.
De manhã, quando a aurora expulsara as estrelas e o sol derretera o granizo nas ervas, os dois encontraram-se no lugar de costume. E então, depois de lamentarem seu cruel destino, combinaram que, na noite seguinte, quando tudo estivesse quieto, eles se furtariam aos olhares vigilantes, deixariam suas moradas, dirigir-se-iam ao campo e, para um encontro, iriam ter a um conhecido monumento que ficava fora dos limites da cidade, chamado o Túmulo de Nino, e combinaram que aquele que chegasse primeiro esperaria o outro, junto de uma certa árvore.Era uma amoreira branca, próxima de uma fonte. Tudo ficou combinado e os dois aguardaram, impacientes, que o sol se escondesse sob a s águas e que a noite delas se levantasse. Então, Tisbe ergueu-se, cautelosamente, sem ser observada pela família, cobriu a cabeça com um véu, caminhou até o monumento e sentou-se embaixo da árvore. Enquanto estava ali sentada, sozinha, à luz difusa da noite, avistou uma leoa, que, com a boca ensanguentada por uma presa recente, aproximava-se da fonte, para matar a sede. Ao vê-la, Tisbe fugiu e refugiou-se numa gruta, deixando cair o véu quando fugia. A leoa, depois de saciar a sede na fonte, virou-se para voltar aos bosques, e, ao ver o véu no chão, investiu contra ele e
despedaçou-o, com sua boca ensangüentada.
Píramo, que se atrasara, aproximou-se, então, do local do encontro. Viu, na areia, as pegadas da leoa e o sangue fugiu-lhe das faces. Logo em seguida, encontrou o véu, dilacerado e cheio de sangue.
- Desventurada donzela! - exclamou. - Fui a causa de tua morte! Tu, mais digna de viver que eu, caíste como primeira vítima. Seguir-te-ei. Fui o culpado, atraindo-te a um lugar tão perigoso, e não estando ali eu próprio a guardar-te. Vinde, leões, dos rochedos e despedaçai com vossos dentes este corpo maldito!
Apanhou o véu, levou-o até a árvore onde fora combinado o encontro, e cobriu-o de beijos e lágrimas.
- Meu sangue também manchará teu tecido - exclamou.
E arrancando a espada mergulhou-a no coração. O sangue esguichou da ferida, tingiu de vermelho as amoras brancas da árvore, e, penetrando na terra, atingiu as raízes, de modo que a cor vermelha subiu, através do tronco, até o fruto.
Enquanto isso, Tisbe, ainda trêmula de medo, e não desejando, contudo, desapontar o amante, saiu cautelosamente, procurando o jovem com aflição, ansiosa por contar-lhe o perigo que atravessara. Ao chegar ao local e vendo a nova cor das amoras, duvidou que estivesse no mesmo lugar. Enquanto hesitava, avistou um vulto que se debatia nas vascas da agonia. Recuou, e um tremor percorreu-lhe o corpo todo, como a água tranqüila se encrespa ao ser atingida por uma lufada repentina de
vento. Logo, porém, reconheceu o amante, gritou e bateu no peito, abraçando-se ao corpo sem vida, derramando lágrimas sobre as feridas e beijando os lábios frios.
- Píramo, quem te fez isto? - exclamou. - Responde, Píramo! É tua Tisbe quem fala. Sou eu, a tua Tisbe, quem fala. Ouve-me, meu amor, e ergue esta cabeça pendente!
Ao ouvir o nome de Tisbe, Píramo abriu os olhos e fechou-os de novo. A donzela avsitou o véu ensangüentado e a bainha vazia da espada.
- Tua própria mão te matou e por minha causa - disse. - Também posso ser corajosa uma vez, e meu amor é tão forte quando o teu. Seguir-te-ei na morte, pois dela fui a causa; e a morte, que era a única que nos podia separar, não me impedirá de juntar-me a ti. E vós, infelizes pais de nós ambos, não negueis nossas súplicas conjuntas. Como o amor e a morte nos juntaram, deixai que um único túmulo nos guarde. E tu, árvore, conserva as marcas de nossa morte. Que tuas frutas sirvam como memória de nosso sangue.
Assim dizendo, mergulhou a espada no peito.
Os pais ratificaram seu desejo, e também os deuses. Os dois corpos foram enterrados na mesma sepultura, e a árvore passou a dar frutos vermelhos, como faz até hoje.




Penélope e  Ulisses

Um amor que resistiu à distância.
Penélope se apaixonou por Ulisses e casou-se com ele.Porém logo ele teve que ir para lutar na Guerra de Troia, e ela ficou sozinha esperando-o.Enquanto Ulisses guerreava em outras terras e seu destino era desconhecido, não se sabendo se estava vivo ou morto, o pai de Penélope sugeriu que sua filha se casasse novamente, mas ela, uma mulher apaixonada e fiel ao seu marido, recusou, dizendo que o esperaria até a sua volta. No entanto, diante da a insistência de seu pai, para não desagradá-lo, Penélope resolveu aceitar a corte dos pretendentes à sua mão. Para adiar o máximo possível o novo casamento, estabeleceu a condição de que se casaria somente após terminar de tecer uma peça em seu tear.
Durante o dia, aos olhos de todos, Penélope tecia, e à noite secretamente ela desmanchava. E foi assim até uma de suas servas descobrir o ardil e contar toda a verdade.
Ela então propôs outra condição ao seu pai. Conhecendo a dureza do arco de Ulisses, ela afirmou que se casaria com o homem que o conseguisse encordoar. Dentre todos os pretendentes, apenas um camponês humilde conseguiu realizar a proeza. Imediatamente este camponês revelou ser Ulisses, disfarçado após seu retorno. Penélope e Ulisess tiveram apenas um filho chamado Telêmaco.


Betsabá e rei David



Betsabá viveu uma tórrida história de amor com o rei Davi e foi decisiva para o coroamento de seu filho, Salomão




Ela foi uma das mulheres mais poderosas do Velho Testamento. Teve a seus pés Davi, o herói judeu que matou o gigante Golias e depois se transformaria em rei de Israel. O reinado vitoriosamente conturbado de Davi é considerado o período supremo de Israel. Ao tão aguardado Messias de que. mais tarde. falariam os profetas bíblicos estava reservada exatamente a tarefa de devolver a Israel a glória dos tempos de Davi. 
Davi, pastor de origem, subjugou varios povos: filisteus, moabitas, amonitas, arameus. Mas seu coração foi inteiramente subjugado por Betsabá. . Foi um caso de paixão sexual à primeira vista. Conta-se no Velho Testamento que Davi, depois de tirar uma sesta, avistou do seu palácio uma mulher "muito formosa" tomando banho. Era Betsabá.
Davi pediu que a trouxessem ao palácio. E logo a conheceu — no mais puro sentido bíblico. Betsabá engravidou. Isso não seria problema, não fosse o detalhe de Betsabá ser casada com outro homem, o pobre Urias, uma das maiores vítimas bíblicas da luxúria alheia. Betsabá avisou a Davi que concebera. O rei tentou remediar a situação. Mandou chamar Urias e tentou convencê-lo a ir para casa. Lá, Betsabá levaria Urias para a cama. E tudo estaria resolvido: Urias seria pretensamente o pai do filho de Betsabá. Só que Urias se recusou. Não uma, mas duas vezes. Para um soldado honrado como ele, parecia indigno desfrutar os encantos sexuais de uma mulher enquanto seus companheiros guerreavam. Essa noção rígida de honra o matou. Davi pediu a Joab, chefe de seu exército, que pusesse Urias no lugar onde a guerra contra os amonitas fosse mais violenta. Foram as seguintes as palavras de Davi, segundo o Velho Testamento: "Coloque Urias na frente, onde o combate for mais renhido e desampare-o para que ele seja ferido e morra". Foi o que aconteceu. Betsabá estava livre. Passado o luto, ela tornou-se, oficialmente, mulher de Davi. Não a única. Homens como Davi podiam ter várias mulheres. Betsabá foi a oitava. Segundo os relatos, foi a mais lasciva
A criança em gestação que motivou a morte do marido enganado não durou muito. Era um menino. Betsabá teve ainda outro filho com Davi. Seu nome: Salomão. Betsabá influenciou decisivamente Davi na sucessão. Ela queria que seu filho fosse rei e conseguiu. É verdade que o destino a favoreceu. Filhos de Davi que estariam à frente de Salomão na linha do trono foram caindo um a um. A queda mais espetacular foi a de Absalão. Absalão insurgiu-se contra o pai. Davi teve que fugir diante da perspectiva de seus homens serem derrotados pelos do filho insurrecto. Mas Absalão cumpriu a maldição do profeta Natã. Absalão, conforme Natã advertira Davi, refestelou-se sexualmente, diante dos olhos de quem quisesse ver, com as mulheres do harém de seu pai. Recompostas suas forças, Davi enfrentou a revolta de Absalão. Saiu-se, como sempre, vitorioso. Deu ordens expressas para que Absalão fosse poupado no combate definitivo, mas não o atenderam. Joab plantou três dardos no coração de Absalão, preso nos galhos de um carvalho quando tentava fugir. Nem assim Absalão morreu. Outros soldados terminaram o serviço. Davi ficou desesperado ao saber da morte do filho. Para Betsabá foi um passo essencial para a unção de seu filho Salomão. (Para os curiosos: Salomão significa "pacífico"). Na velhice, o corpo cansado de Davi encontrou calor e conforto numa jovem chamada Abisague. Mas nada que se comparasse com a tórrida, adúltera, sangrenta paixão que sentiu pela mulher que, certo dia, nos seus jovens tempos, viu, do terraço de seu palácio, banhar-se.

John Forbes Nash Jr e Alicia Larde

O matemático John Nash, aos 21 anos de idade, formulou um teorema que provou sua genialidade. Nove anos depois, ele foi diagnosticado como esquizofrênico, mesmo assim, ganhou o Prêmio Nobel.
Alicia foi aluna de Nash e se apaixonou pela genialidade e mistérios que envolvia a vida do professor. 
Durante o namoro e casamento, o casal enfrentou diversos problemas devido aos distúrbios psicológicos de Nash, seus delírios, alucinações e efeitos causados pelos remédios.
Mesmo com todas as dificuldades, Alicia teve um filho e conseguiu ajudar o marido a superar todos os problemas para continuar trabalhando e pesquisando. Nash conseguiu superar os efeitos causados pela doença e ajudou a cuidar da família.
A história de Nash deu origem ao filme “Uma mente brilhante” (A Beautifull Mind).


Chopin e George Sand

Fréderick François Chopin, músico e compositor polonês, viveu durante nove anos com a escritora e feminista francesa George Sand. Um romance um tanto tumultuado, pois possuíam personalidades opostas. Ele, era sonhador, introspecto, frágil e delicado, enquanto ela era impulsiva, ativista e gostava de se vestir com trajes masculinos.
Ela, porém, além de sua companheira, foi uma grande incentivadora de seu trabalho, apoiando-o e ajudando-o em muitos momentos em que ele se encontrava em dificuldades.
Ele a admirava por sua personalidade forte e força de espírito. Eram cúmplices em tudo e esse amor foi tão forte que, quando, de uma crise mais séria do casal, deu-se a separação, Chopin, já debilitado pela tuberculose, deixou-se morrer, desgostoso.


Lampião e Maria Bonita

 Maria Gomes de Oliveira é o nome verdadeiro de Maria Bonita, que ficou conhecida dessa maneira ,e entrou para a história, porque se apaixonou e viveu com Lampião, que se chamava Virgulino Ferreira da Silva.
Maria vivia numa fazenda, na Bahia, casada com um homem de nome Zé Neném. Ela havia se casado muito jovem, aos 15 anos de idade. Vivia um casamento conturbado e brigava muito com o marido. A cada briga do casal, ela refugiava-se na casa dos pais.
Foi numa dessas "fugas"que conheceu Lampião, que era antigo conhecido dos pais dela. Nas suas andanças, ele sempre passava pela casa dos pais de Maria, que gostavam muito do "Rei do Cangaço".
Um dia, a mãe de Maria, ao conversar com Lampião disse-lhe o quanto a sua filha admirava-o, e assim sem querer, ela serviu de cupido entre Lampião e Maria.
Com um tipo físico bem brasileiro: baixinha, rechonchuda, olhos e cabelos castanhos, Maria Bonita era considerada uma mulher interessante.
Quando Lampião a viu, foi amor à primeira vista e ela também se apaixonou de imediato por ele.  Impressionado com sua beleza, batizou-a de Maria Bonita. partir daí começou uma grande história de amor e companheirismo.
Um ano depois, Lampião a convidou para integrar o bando, e foi ai que Maria Bonita entrou para a história. Ela foi a primeira mulher a fazer parte de um grupo de cangaço. Depois dela, outras mulheres passaram a integrar os bandos.
Ao cabo dos dez dias, sem medir riscos e dificuldades, Maria Bonita colocou suas roupas em dois bornais, despediu-se do marido para sempre, abraçou os familiares, e partiu com Lampião rumo à caatinga.
Eles conviveram por oito anos e tiveram uma filha, de nome Expedita, depois de perder três filhos em abortos.
No dia que ela pariu a filha à sombra de um umbuzeiro, no meio da catinga em Sergipe, foi Lampião quem fez seu parto.
Tiveram que entregar a filha a um casal, quando ela estava com 21 dias de nascida,porque não podiam permanecer crianças no bando.
Morreram juntos. Foram brutalmente assassinados durante um ataque ao bando.
Lampião fora ferido gravemente e, logo em seguida, o mesmo ocorreu com Maria Bonita.
Ainda assim, ela rastejou até o companheiro (que ainda respirava) e pediu para ele ser poupado. Mas, suas preces foram inúteis. Arrastada pelos cabelos por um dos soldados - José Panta de Godoy – a cangaceira foi degolada viva.










Guinevere e Lancelot
Um amor proibido...
De acordo com fontes francesas e Malory, Lancelot era filho do Rei Ban Benwick, um dos leais protectores do Rei Arthur, e da rainha Elaine. O Rei Ban envolveu-se numa guerra com o reino vizinho do Rei Claudus. Claudus derrotou Ban e forçou o rei e a rainha a fugir. Quando estavam a fugir, Ban olhou para trás e viu a sua casa em chamas, causando-lhe um desmaio, do qual nunca chegou a acordar. Elaine, indo em seu auxilio, deixou Lancelot à margem do lago. A Dama do Lago roubou a criança, educou-o no seu palácio debaixo de água, tendo ficado conhecido como Lancelot do lago. No conto de Ulrich, Lancelot era filho do Rei Pant de Gennewis e de sua mulher Clarine. Pant foi morto numa revolta e Lancelot foi roubado por uma fada, sendo criado em Maindenland.
Devido a ter crescido na companhia de mulheres e fadas, como tritão no palácio da Dama do Lago, Lancelot rapidamente desenvolveu o seu poder e a sua destreza no manuseio de armas. Aos 18 anos conheceu os seus primos, Bors e Lional, o seu meio irmão Ector e os quatro irmãos que partiram de Camelot. Em memória ao apoio que o Rei Ban lhe deu durante a sua juventude, Arthur que tinha um grande afecto por Lancelot, conferiu-lhe o título de cavaleiro no dia de São João.
Em algumas versões da lenda, um dos principais objectivos de Lancelot como cavaleiro, era trazer Guinevere, a noiva de Arthur, para Camelot para o seu casamento. Durante esta viagem Guinevere e Lancelot apaixonaram-se.
Em outros contos, Guinevere já estava na corte, quando Lancelot chegou, tornando-se, rapidamente, num dos Cavaleiros da Rainha, uma sub-classe da Távola Redonda, da qual jovens aspirantes a cavaleiros pertenciam, antes de se terem evidenciado. Depois de ter completado com sucesso diversas pesquisas, Lancelot tornou-se, em pouco tempo, no melhor cavaleiro de todos os tempos. Entre outras aventuras, ele conquistou o negro hábito de um castelo chamado Dolorous Gard, que posteriormente passou a ser a sua casa, com o novo nome de Joyous Gard. Logo depois, Lancelot regressou a Camelot tornando-se num dos cavaleiros da Távola Redonda e o defensor mais próximo de Arthur.
Quando Guinevere foi raptada por Meliagaunce, o filho do Rei Bagdemagus, Lancelot persegui-o, armado, numa carroça, tendo que atravessar uma ponte para chegar ao castelo. Bagdemagus e Guinevere suplicaram-lhe para acabar com a luta, pois a vida de Meliaguance estava ser posta em perigo. Mais tarde, Meliaguance acusou Guinevere de ter um romance com Sir Kay, tendo começado, novamente, uma batalha entre ele e Lancelot. Mais uma vez, Bagdemagus suplicou-lhe pela vida do seu filho. Finalmente, Lancelot assassinou Meliguance num combate na corte de Arthur. 
Depois de se juntar ao exército dos Cavaleiros da Távola Redonda, Lancelot ajudou Arthur a terminar a revolta de Galehaut o "Haut Prince", que se rendeu a Arthur, depois de observar a bravura e proeza de Lancelot na batalha. Posteriormente, Galehaut tornou-se no melhor amigo de Lancelot, atuando como intermediário nos segredos entre Lancelot e Guinevere. O casal estava refugiado em Sorelois, no reino de Galehaut, quando a Falsa Guinevere tomou o lugar da rainha na corte. Depois da descoberta, Lancelot entregou a rainha a Arthur, mas nessa altura já ele e Guinevere estavam irremediávelmente apaixonados.
Lancelot ficou com um peso na consciência e prosseguiu as buscas, depois de se ter afastado de Guinevere. Lancelot visitou o Rei Pelles, o guarda do Graal, e salvou a sua filha, Elaine de Corbenic de uma barrica de água a ferver na qual tinha sido aprisionada por encantamento há diversos anos. Brisen, a sua ama, disse a Lancelot que Elaine era Guinevere. Lancelot dormiu com ela, tendo concebido Galahad.
Lancelot, o melhor cavaleiro de Arthur, destinado a fazer parte do eterno triangulo entre Arthur e Guinevere. Aqui vê-se com Elaine de Astolat, que morreu de amor não correspondido por ele.
P.L.Travers disse que talvez Lancelot tenha feito um voto de castidade, por não poder amar Guinevere. Quando se apercebeu que tinha traído Guinevere e quebrado o seu voto, Lancelot ficou louco. Mais tarde é descoberto por Elaine de Astolat, com quem regressou a Joyous Gard. Elaine morreu mais tarde por amor, não correspondido, a Lancelot.
Algum tempo depois, o filho de Lancelot, Galahad, apareceu e eles começaram a sua procura pelo sagrado Graal. Lancelot teve várias visões do Graal, tendo finalmente encontrado a porta para a capela aonde ele estava guardado. Ele foi advertido por uma presença angélica, tendo entrado num estado de transe ao longo de várias semanas. Durante este tempo, apercebeu-se que esta procura estava no fim e que a razão do seu fracasso se devia ao seu amor por Guinevere, que excedia o seu amor por Deus. Lancelot esteve determinado, durante algum tempo, a renunciar o seu amor por Guinevere, mas assim que regressou à corte, o seu caso amoroso continuou.
Quando Lancelot e Guinevere estavam determinados a acabar a sua relação amorosa, foram descobertos no quarto dela por Mordred.
Lancelot fugiu e Guinevere foi condenada à morte. Lancelot regressou para salva-la, matando acidentalmente Agravain e os irmãos de Gawain, Gaheris e Gareth. A guerra entre Lancelot e Arthur começou, tendo terminado quando Lancelot teve de regressar a Camelot para lutar com Mordred. Apesar disso, Lancelot regressou para ajudar Arthur, mas chegou tarde de mais para o salvar de um golpe mortal. Depois da guerra, Lancelot visitou Guinevere uma última vez, num convento de freiras, tendo posto de parte as suas armas e arpões para se tornar num ermita, tendo vivido como tal, o resto da sua vida. Foi cremado em Joyous Guard. Sir Ector, o último dos Cavaleiros originais da Távola Redonda deixou o seguinte tributo:
"Ah Lancelot, tu, que estás acima de todos os cavaleiros Cristãos, e agora atrevo-me a dizer, tu, Sir, Lancelot, nunca foste comparado Aos cavaleiros da terra. E tu que eras o cavaleiro cortês que sempre defendeu. E tu que eras um verdadeiro amigo para a tua amada. E tu que eras o verdadeiro amante pecaminoso que sempre amou a mulher. E tu que eras o mais amável homem que sempre golpeou com uma espada. E tu que eras o mais bondoso dos cavaleiros. E tu que eras o mais gentil que sempre comeu na sala com as senhoras. E tu que eras o mais severo cavaleiro para o seu preço mortal que sempre desafiou a morte."


Sopra o vento cansado
O invulgar bastão dourado irrepreensivo;
Sir Lancelot está a cavalgar
Nos caminhos amenos da floresta
Nos campos de trigo amarelos
Ele começou a rodopiar como um faisão,
Da torre da Rainha vislumbra meia colinas distantes
Um pensamento como uma jubilosa
Vibração da luz solar
"O meu amor cresce dócil".

*Launcelot by Sinclair Le






Cyrano e Roxane
Um homem feio que amou um mulher através de poemas, e só confessou os sentimentos por ela, na hora da sua morte...


Cyrano de Bergerac era um homem de alma ampla, destemido e talentoso, ao mesmo tempo capaz de humilhar seus adversários em duelos a ponta de espada, e escrever poesia com ironia e sensibilidade. Era inteligente, forte, sensível, corajoso, simpático aos menos favorecidos, e cavalheirescamente culto. Ah, mas era extremamente feio. Um nariz imenso, desproporcional, deformava-lhe o rosto. Era apaixonado por sua bela prima Roxane. E, tendo uma cruel percepção de sua própria aparência, não tinha a mínima coragem de sequer ousar declarar-lhe o seu amor: sabia que Roxane tinha uma queda por tipos mais apolíneos, embora também sabia apreciar demonstrações de refinamento intelectual.
Para rasgar-lhe o coração ainda mais, Cyrano foi obrigado a ouvir da boca da própria Roxane seu interesse por um jovem e belo mosqueteiro chamado Christian. E, desgraça das desgraças, Cyrano também sabia que Christian já andava de olho na bela Roxane… Então, demonstrando aquele amor singelo que deseja a felicidade do ser amado, ainda que sob as cinzas do próprio coração, Cyrano tentou servir de intermediário entre eles, mas esbarrou em um problema básico: Roxane queria um deus grego sim, bonito de dar dó… mas que também fosse capaz de sublimes declarações de amor – e Christian confessou ser um ignorante, completamente incompetente neste campo. Num misto de amor por Roxane e vaidade intelectual, Cyrano faz um trato com Christian: ele escreveria cartas e poemas que Christian assinaria, com a finalidade de torná-la irrevogável e doidamente apaixonada pelo mosqueteiro. Naturalmente, essa era uma tarefa fácil para Cyrano: ele escreveria com sinceridade, pois a amava profundamente. As palavras de Cyrano foram tão autênticas e tão derramadas que o truque funcionou; mesmo até em um momento de desespero Cyrano teve de aproveitar a escuridão da noite para fingir ser Christian a declamar de viva voz um de seus mais poemas mais intensos.A vitória de Cyrano foi  amarga: loucamente apaixonada pelo homem que acreditava lhe escrever tão belas palavras, Roxane cai nos braços do burraldo Christian, e pediu a um monge que celebrasse o casamento sem demora. Porém  não houve tempo para muita coisa: como a França enfrentava guerras religiosas internas, Christian foi mandado para o combate na linha de frente, por tramóia de outro ex-pretendente de Roxane. Esta, desesperada, pediu que Cyrano o protegesse em combate e que Christian lhe escrevesse para aliviar o sofrimento de seu coração. Novamente, foi Cyrano quem escreveu pungentes palavras de saudade em meio à trincheira, fingindo que a dor da perda de Roxane era a dor da saudade de Christian, que as assinava. E, enfim, Christian foi ferido e morreu. Roxane, então viúva,  chorou uma dor verdadeira pela perda tão precoce de quem pensava ser o grande amor de sua vida. Cyrano e sua alma nobre se calaram mais uma vez. O que estava feito, estava feito. Restava-lhe sofrer com Roxane, embora esta ignorasse as verdadeiras emoções que lhe esmagavam o espírito. Passou o tempo...  Roxane e Cyrano envelheceram. Roxane jamais se envolveu com qualquer outro homem, retirou-se a um convento e o amor de sua vida passou a ser a coleção de cartas e declarações de amor que pensava serem de Christian. Paciente e estóico, Cyrano tornou-se seu grande amigo e confidente, mudo e devotado a fazer o máximo para evitar o sofrimento de Roxane. Mas, a caminho de mais uma visita à prima, Cyrano sofreu um acidente banal que lhe feriu mortalmente. Decidido a um último gesto, foi ao convento mesmo assim – fingiu estar bem e sentando-se ao seu lado, ouviu mais uma vez Roxane ler embevecida uma suposta carta de Christian.
Desta vez, porém, Cyrano lhe interrompeu. Sem ler a carta, recitou de cor os versos que ela continha – e o assombro de Roxane converteu-se em uma doída compreensão. Mas já era tarde, Cyrano estava morrendo em seus braços. Dilacerada de dor, ela chorou “o amor que perdi duas vezes”.
“Completam-se alma e corpo, amante e sensibilidade. Vai caminhando; a teu lado eu vou na sombra escura: serei teu gênio e tu será a minha formosura.”
“Se se pudessem mandar os beijos por escrito; é com os lábios que leríeis todas as cartas minhas… (um beijo…) é um modo de se aspirar o coração no rosto – e de provar-se, um pouco, à flor dos lábios, a alma”





John Lennon e Yoko Ono
O Beatle John Lennon conheceu Yoko Ono em 1966, durante a primeira exposição individual da artista plástica em Londres. No entanto, o relacionamento dos dois não começou naquela ocasião porque Lennon era casado com sua primeira esposa, Cynthia. Mas a paixão entre os dois foi mais forte e, no final daquela década, os dois se uniram em Gibraltar e protagonizaram uma lua-de-mel, digamos, politizada. Em Amsterdã, uma das paradas da viagem, eles ficaram deitados nus durante sete dias em um quarto do hotel Hilton, pedindo a paz mundial. O protesto de Yoko e Lennon ficou conhecido como "Bed in Peace" e teve uma segunda etapa, no Canadá, em que levantaram bandeiras contra a guerra do Vietnã. Uma crise conjugal os levou à separação, em 1973. Foi a pior fase de Lennon, que se entregou às drogas e à bebida. A reaproximação aconteceu dois anos depois, em outubro de 1975, com o nascimento do filho Sean. Lennon dedicou-se exclusivamente à família nesse período e todos os seus projetos profissionais ficaram ligados a Yoko, que dirigia sua carreira. A morte do ex-beatle, em um atentado em frente ao prédio onde morava, em 1980, consagrou um dos mais duradouros relacionamentos do show business mundial.




Salvador Dalí e Gala
Você pode não acreditar em amor à primeira vista, mas Salvador Dalí bradava aos quatro ventos que sua paixão por Helena Diakomonova, ou apenas Gala, tinha acontecido dessa forma. O encontro aconteceu no verão de 1929, quando Gala e seu então marido, o poeta francês Paul Éluard, foram visitar o pintor espanhol. Dalí narrou o início desse amor: "No dia seguinte, eu fui buscar Gala e nós fomos passear nos rochedos de Cayals (...). 'Meu menino', disse ela, 'nós não nos separaremos mais'. Ela seria minha Gradiva, minha Vitória, minha mulher". A partir desse momento, Gala passou a fazer parte não apenas da vida de Dalí, como também de suas obras, servindo de modelo para as mais diversas personagens retratadas em suas pinturas. O pintor afirmava, ainda, que já conhecia a amada antes de serem apresentados, pois, segundo ele, as costas de Gala eram idênticas às de seus desenhos e pinturas anteriores ao encontro. A morte de Gala, em 1982, tirou a vontade de viver do espanhol, que permaneceu recluso no Teatro-Museu Dalí, na cidade espanhola de Figueres, até falecer em 1989.




Jacó e Raquel
O amor de um homem que mostrou uma grandiosa paciência para ter a sua amada em seus braços.



Jacó, filho de Isaque e Rebeca, após saber-se jurado de morte por seu irmão Esaú, foge para Harã, onde residiam seu tio materno, Labão, e respectiva família. Ao conhecer Raquel, filha mais nova de Labão, Jacó se enamora da prima e planeja desposá-la. O tio e sua família o acolheram com alegria. E, um mês depois da chegada à casa deles, Labão mostra-se constrangido por estar recebendo gratuitamente os serviços do sobrinho. Abordou-o então nestes termos:
- (...) Não está certo você trabalhar de graça para mim só porque é meu parente. Quanto você quer ganhar?
Ante essa manifestação de boa vontade, Jacó não se faz de rogado e apresentou sua proposta.
- Trabalharei sete anos para o senhor, a fim de poder me casar com Raquel. 
 Acontece que Labão tinha duas filhas. A mais velha se chamava Léia (ou Lia segundo outras traduções) e a mais moça, Raquel.  Léia (ou Lia) tinha uns olhos lindos*, mas Raquel era bonita de rosto e de corpo. 
  Como Jacó estava apaixonado por Raquel, respondeu:
- Trabalharei sete anos para o senhor, a fim de poder me casar com Raquel.
Como se pode depreender do versículo 18, Jacó apenas externou ali o que já estava intimamente decidido: Pediu a mão de sua pretendida. E, felizmente para ele, o tio estava de acordo:
 Labão disse:
-Eu prefiro dá-la a você em vez de a um estranho. Fique aqui comigo.
 Assim Jacó trabalhou sete anos para poder ter Raquel. Mas porque ele a amava, esses anos pareceram poucos dias.
Qual a jovem , de qualquer época, lugar, ou condição social, romântica ou nem tanto, que não sonha ter um pretendente disposto a tamanho sacrifício? Trabalhar sete anos para poder qualificar-se como esposo. E o mais interessante: aquele era sem dúvida um amor puro, sem envolvimento sexual. Apenas a expectativa da posse. Ver-se-á pelas circunstâncias do casamento que os noivos, embora habitassem a mesma casa, não tiveram, nos sete anos decorridos, nenhuma intimidade. Não obstante isso, o amor que movia Jacó era consistente e profundo, a ponto de aqueles sete anos parecerem-lhe poucos dias. E alguns fatos ocorridos no relacionamento posterior do casal indicam que os sentimentos de Jacó eram em algum grau correspondidos. 
Chegou enfim a ocasião ansiosamente aguardada.
 Quando passaram os sete anos, Jacó disse a Labão:
- Dê-me a minha mulher. O tempo combinado já passou e eu quero me casar com ela.
 O tio acolheu de pronto a reivindicação e providenciou a festa de casamento, segundo os costumes. Armou, contudo, inusitada "surpresa" para o sobrinho-genro.Labão preparou uma festa de casamento e convidou a gente do lugar.  Mas naquela noite, Labão pegou Léia (Lia) e a entregou a Jacó e ele teve relações com ela.
Observe-se que ele fez uma troca não combinada: entregou Léia (Lia) em vez de Raquel. E a Bíblia deixa claro que Jacó não percebeu de imediato o logro. Certamente, os costumes da região, à época, impediam que os nubentes se encontrassem (ou se vissem claramente) na hora do casamento, até à alcova nupcial. E, mesmo depois de ter chegado aos aposentos íntimos, provavelmente em razão de o quarto ser escuro ou a noiva ter o rosto encoberto por véu, não foi possível a Jacó distinguir a identidade verdadeira da mulher recebida por esposa. E o fato é que "ele teve relações com ela." No dia seguinte, porém, descobriu que tinha sido vítima de um truque, ou, como diria a gíria secular, tinham-lhe vendido "gato por lebre". Só na manhã seguinte Jacó descobriu que havia dormido com Léia (Lia) Por isso foi reclamar com Labão. Ele disse:
- Por que o senhor me fez uma coisa dessas. Eu trabalhei para ficar com Raquel. Por que foi que o senhor me enganou?
Labão, como costumam agir os enganadores deliberados, apresentou uma desculpa.
 Labão respondeu:
- Aqui na nossa terra não é costume a filha mais moça casar antes da mas velha.
 - Espere até que termine a semana de festa do casamento. Aí, se você prometer que vai trabalhar para mim outros sete anos, eu lhe darei Raquel.
O tio não quer desperdiçar a chance de fazer barganha com o trunfo que possuía: a filha formosa. Ele decretava, ali, que, para Jacó fazer jus à esposa jovem e bonita, teria de pagar o preço em dobro e ainda levar a mais velha de contrapeso; Isto é, "o pacote completo."
Jacó se rende à dura imposição do sogro: e dá exemplo de determinação na busca de seu objetivo. Ora, se sete anos de trabalho não remunerado já significam grandes sacrifícios e renúncias, que se dizer de uma nova jornada por igual período?
A despeito de sentimentos menores, como revolta, humilhação, mágoas, ou algo que o valha, submeteu-se às regras do jogo. Tinha um propósito maior a ser alcançado: a esposa sonhada.
 Jacó concordou, e, quando terminou a semana de festa do casamento de Léia (Lia), Labão lhe deu a sua filha Raquel como esposa.  Jacó também teve relações com Raquel e ele amava Raquel muito mais do que amava Léia (Lia). E ficou trabalhando para Labão mais sete anos. 


Eros e Psique

Psique era a mais nova de três filhas de um rei de Mileto e era extremamente bela. Sua beleza era tanta que pessoas de várias regiões iam admirá-la, assombrados, rendendo-lhe homenagens que só eram devidas à própria Afrodite.
Profundamente ofendida e enciumada, Afrodite enviou seu filho, Eros, para fazê-la apaixonar-se pelo homem mais feio e vil de toda a terra. Porém, ao ver sua beleza, Eros apaixonou-se profundamente.
O pai de Psique, suspeitando que, inadvertidamente, havia ofendido os deuses, resolveu consultar o oráculo de Apolo, pois suas outras filhas encontraram maridos e, no entanto, Psique permanecia sozinha. Através desse oráculo, o próprio Eros ordenou ao rei que enviasse sua filha ao topo de uma solitária montanha, onde seria desposada por uma terrível serpente. A jovem aterrorizada foi levada ao pé do monte e abandonada por seu pesarosos parentes e amigos. Conformada com seu destino, Psique foi tomada por um profundo sono, sendo, então, conduzida pela brisa gentil de Zéfiro a um lindo vale.
Quando acordou, caminhou por entre as flores, até chegar a um castelo magnífico. Notou que lá deveria ser a morada de um deus, tal a perfeição que podia ver em cada um dos seus detalhes. Tomando coragem, entrou no deslumbrante palácio, onde todos os seus desejos foram satisfeitos por ajudantes invisíveis, dos quais só podia ouvir a voz.
Chegando a escuridão, foi conduzida pelos criados a um quarto de dormir. Certa de ali encontraria finalmente o seu terrível esposo, começou a tremer quando sentiu que alguém entrara no quarto. No entanto, uma voz maravilhosa a acalmou. Logo em seguida, sentiu mãos humanas acariciarem seu corpo. A esse amante misterioso, ela se entregou.. Quando acordou, já havia chegado o dia e seu amante havia desaparecido. Porém essa mesma cena se repetiu por diversas noites.
Enquanto isso, suas irmãs continuavam a sua procura, mas seu esposo misterioso a alertou para não responder aos seus chamados. Psique sentindo-se solitária em seu castelo-prisão, implorava ao seu amante para deixá-la ver suas irmãs. Finalmente, ele aceitou, mas impôs a condição que, não importando o que suas irmãs dissessem, ela nunca tentaria conhecer sua verdadeira identidade.
Quando suas irmãs entraram no castelo e viram aquela abundância de beleza e maravilhas, foram tomadas de inveja. Notando que o esposo de Psique nunca aparecia, perguntaram maliciosamente sobre sua identidade. Embora advertida por seu esposo, Psique viu a dúvida e a curiosidade tomarem conta de seu ser, aguçadas pelos comentários de suas irmãs.
Seu esposo alertou-a que suas irmãs estavam tentando fazer com que ela olhasse seu rosto, mas se assim ela fizesse, ela nunca mais o veria novamente. Além disso, ele contou-lhe que ela estava grávida e se ela conseguisse manter o segredo ele seria divino, porém se ela falhasse, ele seria mortal.
Ao receber novamente suas irmãs, Psique contou-lhes que estava grávida, e que sua criança seria de origem divina. Suas irmãs ficaram ainda mais enciumadas com sua situação, pois além de todas aquelas riquezas, ela era a esposa de um lindo deus. Assim, trataram de convencer a jovem a olhar a identidade do esposo, pois se ele estava escondendo seu rosto era porque havia algo de errado com ele. Ele realmente deveria ser uma horrível serpente e não um deus maravilhoso.
Assustada com o que suas irmãs disseram, escondeu uma faca e uma lâmpada próximo a sua cama, decidida a conhecer a identidade de seu marido, e se ele fosse realmente um monstro terrível, matá-lo. Ela havia esquecido dos avisos de seu amante, de não dar ouvidos a suas irmãs.
A noite, quando Eros descansava ao seu lado, Psique tomou coragem e aproximou a lâmpada do rosto de seu marido, esperando ver uma horrenda criatura. Para sua surpresa, o que viu porém deixou-a maravilhada. Um jovem de extrema beleza estava repousando com tamanha quietude e doçura que ela pensou em tirar a própria vida por haver dele duvidado.
Enfeitiçada por sua beleza, demorou-se admirando o deus alado. Não percebeu que havia inclinado de tal maneira a lâmpada que uma gota de óleo quente caiu sobre o ombro direito de Eros, acordando-o.
Eros olhou-a assustado, e voou pela janela do quarto, dizendo:
- "Tola Psique! É assim que retribuis meu amor? Depois de haver desobedecido as ordens de minha mãe e te tornado minha esposa, tu me julgavas um monstro e estavas disposta a cortar minha cabeça? Vai. Volta para junto de tuas irmãs, cujos conselhos pareces preferir aos meus. Não lhe imponho outro castigo, além de deixar-te para sempre. O amor não pode conviver com a suspeita."
Quando se recompôs, notou que o lindo castelo a sua volta desaparecera, e que se encontrava bem próxima da casa de seus pais. Psique ficou inconsolável. Tentou suicidar-se atirando-se em um rio próximo, mas suas águas a trouxeram gentilmente para sua margem. Foi então alertada por Pan para esquecer o que se passou e procurar novamente ganhar o amor de Eros.
Por sua vez, quando suas irmãs souberam do acontecido, fingiram pesar, mas partiram então para o topo da montanha, pensando em conquistar o amor de Eros. Lá chegando, chamaram o vento Zéfiro, para que as sustentasse no ar e as levasse até Eros. Mas, Zéfiro desta vez não as ergueram no céu, e elas caíram no despenhadeiro, morrendo.
Psique, resolvida a reconquistar a confiança de Eros, saiu a sua procura por todos os lugares da terra, dia e noite, até que chegou a um templo no alto de uma montanha. Com esperança de lá encontrar o amado, entrou no templo e viu uma grande bagunça de grãos de trigo e cevada, ancinhos e foices espalhados por todo o recinto. Convencida que não devia negligenciar o culto a nenhuma divindade, pôs-se a arrumar aquela desordem, colocando cada coisa em seu lugar. Deméter, para quem aquele templo era destinado, ficou profundamente grata e disse-lhe:
- "Ó Psique, embora não possa livrá-la da ira de Afrodite, posso ensiná-la a fazê-lo com suas próprias forças: vá ao seu templo e renda a ela as homenagens que ela, como deusa, merece."
Afrodite, ao recebê-la em seu templo, não esconde sua raiva. Afinal, por aquela reles mortal seu filho havia desobedecido suas ordens e agora ele se encontrava em um leito, recuperando-se da ferida por ela causada. Como condição para o seu perdão, a deusa impôs uma série de tarefas que deveria realizar, tarefas tão difíceis que poderiam causar sua morte.
Primeiramente, deveria, antes do anoitecer, separar uma grande quantidade de grãos misturados de trigo, aveia, cevada, feijões e lentilhas. Psique ficou assustada diante de tanto trabalho, porém uma formiga que estava próxima, ficou comovida com a tristeza da jovem e convocou seu exército a isolar cada uma das qualidades de grão.
Como 2ª tarefa, Afrodite ordenou que fosse até as margens de um rio onde ovelhas de lã dourada pastavam e trouxesse um pouco da lã de cada carneiro. Psique estava disposta a cruzar o rio quando ouviu um junco dizer que não atravessasse as águas do rio até que os carneiros se pusessem a descansar sob o sol quente, quando ela poderia aproveitar e cortar sua lã. De outro modo, seria atacada e morta pelos carneiros. Assim feito, Psique esperou até o sol ficar bem alto no horizonte, atravessou o rio e levou a Afrodite uma grande quantidade de lã dourada.
Sua 3ª tarefa seria subir ao topo de uma alta montanha e trazer para Afrodite uma jarra cheia com um pouco da água escura que jorrava de seu cume. Dentre os perigos que Psique enfrentou, estava um dragão que guardava a fonte. Ela foi ajudada nessa tarefa por uma grande águia, que voou baixo próximo a fonte e encheu a jarra com a negra água.
Irada com o sucesso da jovem, Afrodite planejou uma última, porém fatal, tarefa. Psique deveria descer ao mundo inferior e pedir a Perséfone, que lhe desse um pouco de sua própria beleza, que deveria guardar em uma caixa. Desesperada, subiu ao topo de uma elevada torre e quis atirar-se, para assim poder alcançar o mundo subterrâneo. A torre porém murmurou instruções de como entrar em uma particular caverna para alcançar o reino de Hades. Ensinou-lhe ainda como driblar os diversos perigos da jornada, como passar pelo cão Cérbero e deu-lhe uma moeda para pagar a Caronte pela travessia do rio Estige, advertindo-a:
- "Quando Perséfone lhe der a caixa com sua beleza, toma o cuidado, maior que todas as outras coisas, de não olhar dentro da caixa, pois a beleza dos deuses não cabe a olhos mortais."
Seguindo essas palavras, conseguiu chegar até Perséfone, que estava sentada imponente em seu trono e recebeu dela a caixa com o precioso tesouro. Tomada porém pela curiosidade em seu retorno, abriu a caixa para espiar. Ao invés de beleza havia apenas um sono terrível que dela se apossou.
Eros, curado de sua ferida, voou ao socorro de Psique e conseguiu colocar o sono novamente na caixa, salvando-a.
Lembrou-lhe novamente que sua curiosidade havia novamente sido sua grande falta, mas que agora podia apresentar-se à Afrodite e cumprir a tarefa.
Enquanto isso, Eros foi ao encontro de Zeus e implorou a ele que apaziguasse a ira de Afrodite e ratificasse o seu casamento com Psique. Atendendo seu pedido, o grande deus do Olimpo ordenou que Hermes conduzisse a jovem à assembléia dos deuses e a ela foi oferecida uma taça de ambrosia. Então com toda a cerimônia, Eros casou-se com Psique, e no devido tempo nasceu seu filho, chamado Voluptas (Prazer).




Orfeu e Eurídice

Na mitologia grega Orfeu era poeta e médico. Era o poeta mais talentoso que já viveu. Quando tocava sua lira, os pássaros paravam de voar para escutar e os animais selvagens perdiam o medo. As árvores se curvavam para pegar os sons no vento. Ganhou a lira de Apolo.
Orfeu apaixonou-se por Eurídice e casou-se com ela. Mas Eurídice era tão bonita que, pouco tempo depois do casamento, atraiu um apicultor chamado Aristeu. Quando ela recusou suas atenções, ele a perseguiu. Tentando escapar, ela tropeçou em uma serpente que a mordeu e a matou. Por causa disso, as ninfas, companheiras de Eurídice, fizeram todas as suas abelhas morrerem.Orfeu ficou transtornado de tristeza. Levando sua lira, foi até o Mundo dos Mortos, para tentar trazê-la de volta. A canção pungente e emocionada de sua lira convenceu o barqueiro Caronte a levá-lo vivo pelo rio Estige. A canção da lira adormeceu Cérbero, o cão de três cabeças que vigiava os portões. Seu tom carinhoso aliviou os tormentos dos condenados. Encontrou muitos monstros durante sua jornada, e os encantou com seu canto.
Finalmente Orfeu chegou ao trono de Hades. O rei dos mortos ficou irritado ao ver que um vivo tinha entrado em seu domínio, mas a agonia na música de Orfeu o comoveu, e ele chorou lágrimas de ferro. Sua esposa, a deusa Perséfone, implorou-lhe que atendesse o pedido de Orfeu. Assim, Hades atendeu seu desejo. Eurídice poderia voltar com Orfeu ao mundo dos vivos. Mas com uma única condição: que ele não olhasse para ela até que ela, outra vez, estivesse à luz do sol.
Orfeu partiu pela trilha íngreme que levava para fora do escuro reino da morte, tocando músicas de alegria e celebração enquanto caminhava, para guiar a sombra de Eurídice de volta à vida. Ele não olhou nenhuma vez para trás, até atingir a luz do sol. Mas então se virou, para se certificar de que Eurídice o estava seguindo.Por um momento ele a viu, perto da saída do túnel escuro, perto da vida outra vez. Mas enquanto ele olhava, ela se tornou de novo um fino fantasma, seu grito final de amor e pena não mais do que um suspiro na brisa que saía do Mundo dos Mortos. Ele a havia perdido para sempre. Em desespero total, Orfeu se tornou amargo. Recusava-se a olhar para qualquer outra mulher, não querendo lembrar-se da perda de sua amada. Posteriormente deu origem ao Orfismo, uma espécie de serviço de aconselhamento; ele ajudava muito os outros com seus conselhos , mas não conseguia resolver seus próprios problemas, até que um dia, furiosas por terem sido desprezadas, um grupo de mulheres selvagens chamadas Mênades caíram sobre ele, frenéticas, atirando dardos. Os dardos de nada valiam contra a música do lirista, mas elas, abafando sua música com gritos, conseguiram atingi-lo e o mataram. Depois despedaçaram seu corpo e jogaram sua cabeça cortada no rio Hebro, e ela flutuou, ainda cantando, "Eurídice! Eurídice!"
Chorando, as nove musas reuniram seus pedaços e os enterraram no monte Olimpo. Dizem que, desde então, os rouxinóis das proximidades cantaram mais docemente que os outros. Pois Orfeu, na morte, se uniu à sua amada Eurídice.
Quanto às Mênades, que tão cruelmente mataram Orfeu, os deuses não lhes concederam a misericórdia da morte. Quando elas bateram os pés na terra, em triunfo, sentiram seus dedos se espicharem e entrarem no solo. Quanto mais tentavam tirá-los, mais profundamente eles se enraizavam. Suas pernas se tornaram madeira pesada, e também seus corpos, até que elas se transformaram em carvalhos silenciosos. E assim permaneceram pelos anos, batidas pelos ventos furiosos que antes se emocionavam ao som da lira de Orfeu, até que por fim seus troncos mortos e vazios caíram ao chão.


Napoleão Bonaparte e Josefina Beauharnais

Josefina era viúva, com dois filhos, quando conheceu Napoleão, que era general e depois veio a ser  1° Imperador dos Franceses.Foi a primeira mulher de Napoleão, sendo, portanto, a mulher mais influente da França durante o Primeiro Império. O amor de Napoleão foi tão intenso que adotou os filhos dela, oficialmente como seus, sem permitir que alguém dissesse que eram adotivos. Ela tornou-se Imperatriz da França e o amado marido foi quem a coroou.
Viveram felizes até que ele desconfiou que ela o traía.Napoleão era muito ciumento e não ficava tranqüilo quando a tinha de deixar sozinha para ir às batalhas, assim, ele lhe escrevia longas cartas, onde afirma seu amor à esposa com frases inflamadas: "Não sabes que sem ti, sem o teu coração, sem o teu amor, não existe para o teu marido nem felicidade, nem vida?...", "Longe de ti as noites são longas, tristes e melancólicas. Junto de ti, desejo que seja sempre noite." Os rumores acerca dos encontros secretos de Josefina chegaram aos ouvidos de Napoleão.O relacionamento entre marido e mulher era muito abalado, apesar do amor que ambos demonstravam um pelo outro. Ela então se isolou em um castelo e mesmo assim, ele enviava cartas desesperadas para ela, perdoando-a , até descobrir que ela havia ficado estéril.
Napoleão então pediu o divórcio, já que ela não poderia dar à França um herdeiro. Então, ambos concordaram no divórcio de modo que Napoleão pudesse casar com outra mulher, na expectativa de ter um herdeiro. 
Após o divórcio, Josefina passou a residir em Malmaison, nas redondezas de Paris, mas mesmo com a distância, a ex-imperatriz manteve um relacionamento amigável com Napoleão.
Josefina morreu de pneumonia e Napoleão, o amor de sua vida, morreria 7 anos depois na ilha de Santa Helena, aprisionado pelas tropas britânicas.